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A compreensão litúrgica geográfica

Por: Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo


13/03/2024 | 06:25


Não é de hoje que o Candomblé sofre com comparações e demonizações no Brasil, mas o real motivo desse fato, muitas vezes, não é compreendido.




As nações existentes deveriam dar o tom daquilo que é "diferente". Escravizados variados chegaram ao nosso país e isso trouxe uma gama de saberes.


É inevitável a comparação. As nuances de cada àṣẹ entrigam os adeptos, mas não devem, de forma alguma, oprimir a parte que não se assemelha.


Na outra ponta desse quadro, estão os costumes locais. E isso independe da nação. O ketu do Rio de Janeiro é diferente do praticado em São Paulo, que se altera, também, na Bahia.


São inúmeros motivos para que isso ocorra. O principal deles é a geografia de cada estado e o que a localidade possui, enquanto matéria-prima e mão de obra humana.

Costumes básicos de uma determinada região não acontece em outra. Folhas faltam e sobram. O tratamento interpessoal é o que nos remete ao Ori alheio e mais esse ponto deve ser expressado nesse texto.


O carioca não tem costume de se reunir para tomar café da manhã com seus familiares, na maioria das vezes. Como trazer essa dinâmica e respeito para dentro de um ẹgbẹ? Parece besteira, mas comungar de momentos como esse, é fundamental para o africano, que dá origem a crença que praticamos.


O que gostaria de ressaltar é o seguinte: independente das nações, somos e existimos como família. Cada Ẹgbẹ possui uma característica íntima que não deve ser tratada como errada. É apenas diferente daquilo que você costuma realizar no seu grupo litúrgico.

Atente-se para questões sagradas para que o profano não te atravesse com pensamentos e falas errôneas acerca daquilo que é geograficamente cultural.




Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo - AxéNews

Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo

O Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo foi iniciado para o Òrìṣà Ògún pelas mãos de José Flávio de Òṣògìyán. Fotojornalista desde 2010 pela UERJ e escritor recente, com a obra Eu, Você e os Orixás. Ativista sociorreligioso, educador popular e gestor no terceiro setor.


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