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A força e a conexão de Nanã na Umbanda

Por: Filipi Brasil

11/09/2023 | 19:35


Nanã é considerada a Tata de Umbanda, uma das Orixás mais velhas da criação, senhora do portal da vida e da morte. É o símbolo do encontro da água da chuva com a terra, formando assim a lama - é, portanto, a regente dos pântanos, dos lodaçais, do poço, das lagoas de águas paradas e do barro.



Traz o seu manto roxo, que simboliza a ancestralidade e, dentro da mitologia nagô-iorubá, é a mãe dos Orixás Obaluaê, Oxumaré e Yewá, dentre outros orixás citados em diferentes itãns. Nanã utiliza como apetrecho o ibiri, que é constituído por nervuras das folhas de dendezeiro, ornado por búzios e que, por sua vez, tem a função de afastar maus espíritos.

Mãe Nanã é uma das representações do sagrado feminino, a mulher na sua velhice, a anciã, a avó, aquela que é detentora da sabedoria que caminha com passos lentos, porém, firmes e seguros, pois já conhece o caminho que percorreu e o que ainda há de ser percorrido. Ao mesmo tempo, representa a austeridade e o rigor, como também a doçura e a benevolência.


É a senhora dos mistérios, uma vez que sintetiza em si o ciclo da vida, o princípio (nascer), o fim (morrer) da vida e a fecundidade (renascer). As águas de Nanã são responsáveis por decantar e transmutar as emoções, favorecendo o recomeço e a renovação cíclica das fases da vida; afinal, diariamente, simbolicamente, nascemos ao acordar e morremos ao dormir, recomeçando a vida em um novo amanhecer, com a oportunidade de escrever uma nova história e ressignificar a nossa caminhada.


No sincretismo religioso, a orixá Nanã é associada à santa católica Nossa Senhora de Santana, tendo suas festividades na Umbanda no dia 26/7. Como tributo a essa grande orixá, é comum suas oferendas serem compostas por ameixas roxas, figo, uvas roxas, melão, melancia, beterraba, batata doce, repolho roxo e alface roxa etc. As oferendas também são ornadas com búzios, flores roxas e lilases. O cristal ligado às suas ritualísticas é a ametista (rolada, bruta ou drusa) e a saudação dessa orixá é “Saluba Nanã”!


Por fim, clamamos a benção à Mãe Nanã, rogando que nos envolva com o seu manto de luz, decantando todas as energias negativas e as transformando em positivas. Pedimos à nossa vozinha que nos conceda a sabedoria em nosso caminhar.


Obs.: Cabe destacar que esse artigo é meramente informativo, pois a formação do médium e filho de fé se dá no chão do terreiro, através da vivência e dos ensinamentos oriundos da espiritualidade e do seu dirigente espiritual.




Filipi Brasil

Filipi Brasil é médium, escritor e estudioso da seara umbandista há mais de 25 anos. Sacerdote do Templo Espiritualista Aruanda, Filipi é também psicólogo, Mestre em Psicologia, especialista em Psicologia Transpessoal, além de ter MBA em Gestão pela Qualidade Total, em Educação Corporativa, e em Gestão de RH. Terapeuta Holístico, Filipi também tem formação em Coach, é consultor de RH e de Desenvolvimento Humano. Autor dos Livros Sob o Céu de Aruanda, Zé do Laço e Mariazinha, Filipi é também co-autor do livro As Cartas Ciganas e os Orixás.


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