Por: Deny Moura
02/03/2024 | 14:01
Presente de Yemonja
Yemoja Orixá
Divindade iorubana celebrada como a doadora da vida e como a mãe metafísica de todos os orixás (divindades) dentro do panteão espiritual iorubá
O nome de Yemonja é derivado das palavras iorubás Yeye ou Iya (mãe), omo (criança/crianças) e eja (peixe) e, portanto, significa literalmente Mãe, cujos filhos são os peixes. De acordo com os itãns (histórias) dos iorubás, o orixá Yemonja era uma entidade espiritual primordial que foi encarregada por Olofi (Deus; também conhecido como Olodumare) para auxiliar o orixá Obatala na formação dos humanos na criação da Terra por Olofi.
Yemonjá desceu à Terra em uma corda com outros 16 orixás do Orun, a morada de Olofi, e viajou pelo mundo engajando-se com outros orixás na preparação do mundo para a humanidade. Ela é a orixá do Rio Ogun, o maior rio do território da Iorubálândia e é a contraparte de Olokun, que representa o fundo incognoscível do mar.
Na Yorubaland, na Nigéria, cada cidade manteve a sua própria divindade baseada nos mitos dos seus fundadores. Tapa (Iganna) na área de Oke Ogun é onde Yemonjá se originou. Porém, o culto a Yemonjá começou em Saki. Abeokuta, capital do estado de Ogun. É o local de seu principal santuário. Ela é especialmente celebrada no bairro Ibara daquela cidade.
Yemonja é frequentemente retratada como a esposa de vários orixás masculinos personificados, como Obatala, Okere, Orixá Oko e Erinle. Ela também é considerada a mãe de Ogun, Sango, Oya, Osun, Oba, Orixá Oko, Babaluaiye e Osoosi. Muitos outros itãns a descrevem como nunca tendo dado à luz, mas tendo criado muitos filhos, em particular Sango, Dada e os Ibeji (gêmeos). Os itãns também a descrevem como tendo seios longos devido aos muitos filhos que amamentou. . .
No movimento religioso brasileiro Candomblé, ela é conhecida como Yemanjá e tem sido celebrada desde então, na véspera de Ano Novo, quando os seguidores do Candomblé e dos sistemas de Umbanda Ameríndio constroem altares em miniatura nas praias e enviam pequenos barcos de papel ao mar com orações escritas. E nasce também o dia 2 de Fevereiro.
Eu Deny Moura, Produtora Cultural , mulher preta, ativista do movimento negro e de Matrizes africanas, pesquisadora de costumes e cultura Africana, Gamo de Oṣùn/Ìyá Morilegi.
Com a permissão da minha Ancestralidade, venho dar início a essa coluna falando de uma das mais antigas e potente manifestação que tem como motivação a grande mãe Ancestral Yemonja. A mãe dos peixes , a senhora dos grandes cardumes a protetora dos coletivos porque não dizer...
Yemonja tem seu culto em África onde era reverenciada em um rio( citado acima). Era a protetora de crianças enfermas e aqui o culto teve início,i é vinculada ao mar , porém o que desejo é falar dessa grande manifestação que teve início em Salvador por pescadores em agradecimento as grandes pescas e assim hoje é a ação que abre os nossos caminhos.
Caminhos com o Asé da grande Mãe preta..
Consolidada como a maior celebração da cultura afro-brasileira na Bahia, a festa de Iemanjá, celebrada no dia 2 de fevereiro, completou cem anos de realização. Reconhecido em 2022, como patrimônio cultural de Salvador, o cortejo realizado no meio do mar com várias embarcações vem sendo promovido desde a década de 1920.
Segundo o jornalista, pesquisador e escritor Nelson Cadena, a festa, que começou oficialmente em 1923, passou por várias mudanças ao longo do tempo.
"Bom, na verdade, (sobre) a festa de Iemanjá tem que falar na festa do Rio Vermelho, né? Nós já tivêmos três festas: a primeira festa era a festa que se chamava de Romaria dos Jangadeiros, que é a mais antiga de todas e era realizada em meados do século 19. Depois da festa do Jangadeiro, nós temos a festa de Nossa Senhora de Sant'Ana, que prevaleceu até 1971, e em paralelo, surgiu a festa de Iemanjá. Tudo indica que ela surgiu em 1923, ou seja, ela estaria comemorando neste ano (2022)cem anos".
A tradição partiu de pescadores da capital baiana, especialmente do bairro do Rio Vermelho, que resolveram oferecer presentes para a divindade das águas na expectativa de que ela pudesse resolver o problema de escassez de peixes. Mas o pesquisador esclarece que, antes da realização da festa, já existia na cidade, desde o final do século 19, o culto à divindade Iemanjá.
"Aí tem que distinguir duas coisas: o que é o culto de Iemanjá e o que é a festa de Iemanjá. O culto à Iemanjá é mais antigo: ele data do final do século 19 e ele não era realizado no Rio Vermelho. O território do culto de Iemanjá era na Cidade Baixa, atrás do Monte Serrat, uma prainha que ainda tem lá. Era ali que era feita a oferenda, ali reunia-se somente o povo de santo da Bahia. Essa festa, era uma festa, assim, fechada, digamos. Tinha que ser fechada também, porque tinha muita repressão das autoridades para tudo que fosse candomblé, umbanda e tudo que tivesse relacionado com os terreiros. Uma festa não: um culto fechado. A festa, teoricamente, no Rio Vermelho, começa em 1923.
Por que teoricamente? Porque é o relato de um construtor de jangadas, Zequinha, que ele declarou (ele já faleceu), que em 1923 eles fizeram o primeiro presente de Iemanjá.
E a partir daí passou a ser feito todos os anos". Mas foi a partir da década de 1960 que a festa ganha consolidação e popularidade: "Depois de 1967 em diante, a festa de Iemanjá passou a ser a principal. Porque ela conviveu muito tempo com a festa de Nossa Senhora de Sant'Ana, né? Tanto que se você pegar os jornais da década de 1960, você vai ver uma grande cobertura da festa da Igreja de Sant'Ana e algumas notas pequenas, uma ou outra matéria sobre a festa de Iemanjá. Mas depois ela passa a ser a festa principal. E passa a ser uma festa exclusivamente do povo de santo da Bahia, organizada, inclusive.
Com um acordo entre a Colônia dos Pescadores, o terreiro de candomblé... sempre tem uma mãe de santo que faz o preceito, que encomenda o presente especial. Esse presente é levado na praia do Rio Vermelho. Então, a partir dessa década de 1960, principalmente de 1967 em diante, é que a festa de Iemanjá ganha a força e a popularidade que ganha até hoje"
Publicado em 02/02/2023 - 15:49 Por Josy Braga - Repórter da Rádio Educadora de Salvador
Salvador
No Rio de Janeiro temos o presente dos filhos de Gandhy hoje presidido pelo Ogan Célio Oliveira, e sendo conduzido pelo grande Mestre Cotoquinho ,se estendendo para alguns bairros como, Barra da Tijuca, Arpoador ..
E indo para outros municípios, que temos que com certeza citar, porque carregam também o nosso poder de resistência em todos os lugares.
No município de Niterói, nós temos o presente de Charitas, há 37 anos sob a direção da Iya Tânia de Yansã que está completando 50 anos de Asé e muita resistência. Iya Nelma na Praia de Icaraí na sua 8ª edição...
No município de São Gonçalo onde reside o meu Ilê Asé, temos o presente realizado por mãe Márcia de Osun na praia das Pedrinhas ,que é uma Yalorisá de grande resistência e persistência nas nossas ações ... E temos claro, várias outras ações que relata e traz propriedade a esse mês e não somente o dia 2 de fevereiro. Com isso temos nessa grande mãe Preta o acolhimento para iniciar o ano com muito amor e proteção.
E para terminar, não posso deixar de citar a Iya Temi Flávia de Osun que em Sepetiba vem conduzindo o presente de Yemanja,na sua 30a edição que é uma das maiores manifestações na religião voltada ao culto Ancestral. E para finalizar ampliando essa manifestaçao wue se estende cono o mar temos o 1° Festival de Yemonja em Marica , praia de Itaipu sob a direção do Babalawô Ifasola Ijo Ifá Awogbamipe e sua esposa Iya Patricia(Iyanifa Ifakunle Itaguai , foi um encontro de um grande coletivo para Yemonja que mostrou a força de se aquilombar é a grande mãe abençoou e com certeza entrou para história... Fico por aqui......
E para terminar não posso deixar de citar minha grande mãe : Minha mãe Edmeia Guimarães Moura in memória. Minha fortaleza Minha grande Ancestral
A Sra. que Ogum e Yemonja acolheram e protegeram aqui no Aye, e hoje torna-se a minha grande Iya que em vida faria aniversário hoje, 29 de fevereiro.
Bênção minha rainha e que a grande mãe que existe em todas as mães nos abençõe.
Odoya ...
Mojùbá ...
Adupe Iya.. ...
Gamo de Osun
Yamurilegi
Fotos:
Deny Moura
Produtora Cultural, Dançarina /Coreógrafa, Designer de Moda, Pesquisadora e Instrutora de Dança Afro, contemporânea e de Cultura Popular. Idealizadora do “Dança dos Tambores”, Projeto “Empoderar para não Dançar”.... [+ informações de Deny Moura]
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