Por: Iyalorisà Juçara de Yemojà
06/04/2024 | 17:02
O pensamento e a ação ambiental estão abrindo novas perspectivas para a construção da sustentabilidade. O saber ambiental está se enraizando nos programas de gestão pública dos recursos naturais, nos projetos comunitários, nos programas educativos e nas ações cidadãs, irrigando novos modos de vida.
Segundo Bucci (2006, p. 19):
A política pública tem um componente de ação estratégica, isto é, incorpora elementos sobre a ação necessária e possível naquele momento determinado, naquele conjunto institucional e projeta-os para o futuro mais próximo. No entanto, há políticas cujo horizonte temporal é medido em décadas – são as chamadas “políticas de Estado” –, e há outras que se realizam como parte de um programa maior e são ditas “políticas de governo
Nas culturas tradicionais o passado é honrado e os símbolos valorizados porque contêm e perpetuam a experiência de gerações ancestrais. A tradição é um modo de integrar a monitoração da ação com a organização tempo-espacial da comunidade tradicional . Ela é uma maneira de lidar com o tempo e o espaço, que insere qualquer atividade ou experiência particular dentro da continuidade do passado, presente e futuro, sendo estes por sua vez estruturados por práticas sociais recorrentes.
A tradição ancestral não é inteiramente estática porque ela tem que ser reinventada a cada nova geração conforme esta assume a sua herança cultural dos precedentes.
A tradição ancestral não só resiste à mudança como pertence a um contexto no qual há, separados, poucos marcadores temporais e espaciais em cujos termos a mudança pode ter alguma forma significativa.
Quanto à cultura como fonte de identidade cultural, Hall (2006, p. 47), expressa:
No mundo moderno, as culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural. (...) Essas identidades não estão literalmente impressas em nossos genes. Entretanto, nós efetivamente pensamos nelas como se fossem parte de nossa natureza essencial.
Entendendo por identidade a fonte de significado e experiência de um povo, Castells (2018, p. 54) afirma:
No que diz respeito a atores sociais, entendo por identidade ancestral o processo de construção de significado com base em atributo cultural, ou ainda, conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o(s) qual(is) prevalece(m)sobre outras fontes de significado. No que diz respeito à construção da identidade, o autor prossegue (p. 55):
A construção da identidade vale-se da matéria-prima fornecida pela história, geografia, biologia, por instituições produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva, e por fantasias pessoais, pelos aparatos e poder e revelações de cunho religioso. Porém, todos esses materiais são processados pelos indivíduos, grupos sociais e sociedades, que reorganizam o seu significado em função das tendências sociais e projetos culturais enraizados em sua estrutura social, bem como em sua visão de tempo/espaço.
Portanto, consolida-se a garantia dos Povos Tradicionais habitantes urbanos, com vistas à legitimação do ser humano integrado ao ambiente, a exemplo dos demais elementos que o compõe; como detentor autêntico do direito de participação nos destinos da gestão territorial dos espaços protegidos desde que se propõe a proteger também, para que possa exercitar o desenvolvimento sócio econômico nos preceitos da dignidade da pessoa humana.
Iyalorisà Juçara de Yemojà
Iyalorisà Juçara de Yemojà, enfermeira de formação, pós graduada em Ciências Políticas pela FGV, DR Honoris Causa pela Universidade FEBRAICA, graduada e especializada em Gerontologia, Gestora Cultural e Social, Gestora em Segurança Alimentar e Meio Ambiente, Gestora Hospitalar.. [+ informações da Iyalorisà Juçara de Yemojà]
Contatos da Iyalorisà Juçara de Yemojà
Telefone: 21 99672-5468
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