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A importância do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Por: Mãe Viviane de Oxum

Foto: Felipe Tapia/Flickr

19/12/2022 | 09:23


O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, instituído em 2007 por meio da lei 11.635 - é um importante momento para dar visibilidade à luta pelo respeito a todas as religiões com o objetivo de promover a tolerância e o diálogo entre estas.


A referida data: dia Nacional de combate a Intolerância Religiosa em nosso país, este que logra ser o país mundialmente conhecido, por ser um povo que recebe e trata todos àqueles que vêm visitá-lo com presteza, respeito e afeto, pois bem, ao se tratar de tolerância e respeito à determinados credos, vemos o quão discrepante são as práticas em torno da efetivação do tolerar e respeito ao outro.



Quando se debate, em nossas vivências, no trato cotidiano, criam-se barreiras e não conseguimos tratar e avançar bem no trato com o diferente no que tange práticas religiosas e profissão de fé.


Um país onde é necessário ter uma delegacia uma Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, para combater verdadeiros criminosos que se escondem atrás de um discurso, defendendo uma falsa religiosidade e com isso, manipulando pessoas, para cometerem crimes contra o próximo que não professa a mesma fé. Logo, a data de 21 Janeiro é tão importante para servir de conscientização para que às pessoas entendam e construam uma importante reflexão a respeito da tolerância, afeto, buscar entender o que julga ser diferente, tanto em nosso país, como fora dele para além de questões religiosas, culturais e sociais.


Desde o momento em que não respeitamos o próximo por nutrir uma prática religiosa que apresenta diferenças ou ritos desconhecidos em relação a nossa, realizamos um desnecessário julgamento e ao invés de promover uma saudável troca de conhecimentos, abrimos uma triste lacuna que fomenta ações preconceituosas, e a partir do momento que ferimos o outro através de xingamentos, conjecturações, entre outras ações. Alimenta-se o ethos do preconceito que em sua relação com a sociedade resvala principalmente nas religiões de matriz africana, aliando-se ao racismo que perdura em nosso cotidiano - isto é crime e devemos cotidianamente embater tal ethos!



Nós que professamos a fé nas religiões de matriz africana somos, aqueles que mais sofremos intolerância religiosa, desde os momentos em que entramos no carro de aplicativo, desde os momentos em que entramos em supermercados, desde nossa relação educacional, pois, assim como temos uma lei de combate a Intolerância é necessário uma lei que determine o ensino de África e suas raízes nas escolas (Lei 10.639/2003), desde os momentos em que somos parados na rua para nos dizerem que a salvação está em um templo a qual não faz parte da nossa pratica religiosa, desde os momentos que os criminosos associam nossas divindades ao um ser “místico” de outra cultura religiosa querendo fazer de nossas divindades, nossa ancestralidade algo de ruim.


Sofremos um absurdo julgamento e banais generalizações por pessoas que se julgam sacerdotes. Uma minoria que se esconde atrás de um discurso, como já falado anteriormente e cometem crimes, convertendo a lógica de uma verdade contra nós criminalizando-nos e promovendo perseguição, enfim, querermos externar nossa indignação com os crimes que todos os dias sendo cometidos contra nós.


Esta data é importante para mostrar a todos aqueles que sofrem Intolerância Religiosa que existimos, e devemos ser respeitados, temos nossos direitos, somos e seremos a resistência do nosso povo. É uma data para cada vez mais conscientizar as pessoas a reflexão que todo tipo de intolerância é crime seja no âmbito racial, sexismo, antissemitismo, homofobia, heterossexismo, etarismo (discriminação por idade), capacitismo e principalmente a intolerância religiosa, ressaltando que “aquele que comete crime deve pagar e responder por seus atos”.



Átila Nunes - AxéNews

Mãe Viviane de Oxum

Mãe Viviane de Osun, Ìyálòrìsá do Àṣẹ Riqueza das Águas (Ẹgbẹ́ Awo Ọmọ Oṣùn T’Loya). Dirigente do terreiro de umbanda, Vovó Cambinda do Cruzeiro. Guiada pelas mãos de minha Mãe carnal Mãe Fátima de Oyá, que pelas mãos de minha Avó Nadir de Ogun, que é uma mulher que carrega, ancestralidade no sangue! [+ informações de Mãe Viviane de Oxum]

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