Por: Paulo Mendonça de Xangô
11/07/2023 | 09:48
Cada vez mais se torna necessário que dirigentes e lideranças das nações de candomblé, umbandas (já que não existe uma única forma de culto), encantaria (Jurema Sagrada, Magia Cigana e demais), busquem promover um amplo debate de propagação de conhecimento das suas práticas e promoção do respeito as mesmas.
Não iremos avançar no debate inter-religioso, sem fazer um real esforço de conhecimento, entendimento e respeito entre as práticas religiosas nas referências de matrizes africanas.
Nem sempre o que é publicado nas redes sociais, são erros ou marmotagens, mas sim uma forma de ritual que não conhecemos, por não fazer parte das tradições aprendidas em nossa matriz, e, portanto, não são praticadas em nossa comunidade de terreiro.
Somos um país continental e não temos um código ou livro de normas, e a forma de transferência dos saberes sempre foi de forma auricular (ao pé do ouvido), e alguns casos em todas de compartilhamento de saberes. E assim ficamos reféns do que realmente foi ensinado, do que foi entendido ou transformado por conveniência, ignorância ou maldade.
Algumas vezes, ouvimos ou lemos uma determinada afirmação que é atribuída a um mais velho (ancestral), mas nos falta o registro da veracidade da afirmação.
Mas, volto a chamar a atenção de todas e todos para a necessidade de conhecimento mais amplo das diversas formas de culto, e, principalmente, o respeito. Vamos tomar cuidado ao comentar a forma de culto do outro, pois temos diversas vertentes dentro de nossa religiosidade de matriz africana e afro-brasileira e não conhecemos todas.
Somos diferentes nas práticas, mas o sagrado está acima de tudo e todos nós.
Unidos seremos do tamanho que desejarmos!
Paulo Mendonça de Xangô
Publicitário, jornalista, Babalorixá na nação Nagô, sacerdote na Umbanda de Encantaria Cigana do Oriente e Jurema Sagrada, ativista de mídia, social, cultura, comunitário e de matriz africana. [+ informações de Paulo Mendonça de Xangô]
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