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A Sabedoria de Nanã Buruquê na Tradição Umbandista

Por: Mãe Manu da Oxum


Foto: Reprodução

26/07/2024 | 07:53


Por muitos anos, dentro de alguns terreiros antigos de Umbanda, havia uma tradição de não mencionar ou cultuar diretamente certas entidades, como Obaluaiê e Omolu, conhecidos como os donos da morte. Havia uma crença de que não se deveria cultuar esses orixás dentro das casas de santo, uma cautela que se estendia também a Nanã Buruquê. Isso ocorre devido ao respeito e temor reverencial dos antigos pela dualidade da vida e da morte.




Para nós na Umbanda, Nanã Buruquê é conhecida como a grande vovó, uma santa rezadeira e benzedeira cujas palavras possuem a força para aconselhar, mudar e alertar seus filhos. Embora sua veneração não seja tão amplamente celebrada entre os médiuns como outras entidades, é crucial reconhecermos sua importância. Suas danças, aparentemente humildes e simples, reminiscentes de uma senhora idosa e curvada, escondem um poder e uma reverência profundos. Através de sua dança, Nanã homenageia Obaluaiê, o dono da terra, e reverencia com simplicidade e respeito o grande criador, Pai Oxalá.


Nanã comanda com maestria os elementos da água e da terra, fundamentais para nossa existência, e nos ensina a acessar nossa verdadeira essência. Reza a lenda que foi do barro mais profundo que Oxalá criou o corpo físico do homem, trazendo vida ao que antes era apenas matéria inerte. Nanã é essa força de transmutação, a senhora que carrega em si a cor e a força da transformação.


Em tempos de ansiedade e pressa, Nanã nos livra dos males modernos, como a depressão e a necessidade incessante de respostas imediatas. Ela nos ensina a valorizar o tempo, a adquirir consciência, maturidade e autocontrole. Cada gesto seu, cada movimento de sua dança, cada conselho que oferece é um lembrete sereno de que a vida tem seu próprio ritmo e que a sabedoria reside em aceitar e respeitar esse ritmo.


Que possamos levar aos filhos de Umbanda essa consciência e que aprendamos, com Nanã, a vivermos em equilíbrio e harmonia com os ciclos naturais da vida. Que a sabedoria dela nos guie e inspire sempre.


Saravá!


Com respeito e gratidão,



Mãe Manu - AxéNews

Mãe Manu

Mãe Manu da Oxum é Bisneta de Pai Nelson que morava no Bairro Boa Esperança e trabalhava com Preto Velho Pai Tomé. Neta espiritual de Mãe Ivonete do Ogum (desencarnada), nordestina, trabalhava nos fundos de sua casa e era costureira. Seus Guias chefes eram o Velho Rei do Congo, Caboclo 7 Flexas, Cigana Carmencita e Cigano Wladimir. [+ informações de Mãe Manu]


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