Por: Paulo Mendonça de Xangô
29/03/2023 | 18:20
PRECISAMOS CADA VEZ MAIS APRENDER A USAR
Ao longo da história o que vimos foi de um lado uma mídia controlada pelas oligarquias e com total falta de respeito às religiões de matriz africana e afro-brasileira e de outro o mau uso por nossas referências religiosas, nos poucos espaços que no foram abertos em eventos especiais que deveriam servir para engrandecer a imagem do movimento religioso e acabava sendo utilizada para a promoção e projeção de pequenos grupos ou indivíduos, deixando de servir a valorização de nossa cultura e religiosidade.
Tivemos avanços na abertura de espaços nas mídias e por isso precisamos avançar na melhor qualidade da exploração destas matérias e deixar o individuo em menos evidência e valorizar o coletivo e fortalecer a imagem da religiosidade e resgatar a importância da cultura que representamos.
PUBLICIDADE OU DESRESPEITO AOS PRINCÍPIOS?
O conteúdo dos anúncios para atendimentos com jogos e entidades, que são difundidos nas redes sociais, em jornais de grande circulação e as matérias pagas em jornais periódicos, em nada acrescentam na positividade de informação da religiosidade ou no aspecto cultural.
INTERNET – ATÉ ONDE IR?
Nestes tempos de internet e redes sociais vemos um avanço na difusão de notícias e divulgação de eventos e de bons conteúdos, que na maioria das vezes não recebem apoio nas reações, comentários e compartilhamentos dos usuários, mas por outro lado, temos uma exposição desnecessária e a publicação de imagens de rituais, além do grande volume de publicações e forte engajamento do público em postagens em conteúdos com questionamentos nos rituais de terceiros, inclusive dando visibilidade ao erro ou equívoco praticado por alguns que se dizem praticantes da religiosidade.
Somos nós e que temos o poder de dar a melhor visibilidade as ações positivas desenvolvidas pelos diversos movimentos.
ACONTECEU INTERFERÊNCIA DA MÍDIA NA RELIGIOSIDADE?
Não acredito que os meios comunicacionais e as novas tecnologias de comunicação tenham sido os principais responsáveis para a reconfiguração do campo religioso e as transformações ocorridas nas religiões de origem africana no Brasil, que tem sua base de ensino centrada na tradição oral, mas cada vez mais, tenho visto a falta de respeito e compromisso com a informação de qualidade e com as tradições.
COMPORTAMENTO INTERFERE NA MÍDIA?
Já que estamos focando na relação com a mídia, aproveito para trazer a nossa reflexão a questão comportamental que sempre será vista por todos e pode muito contribuir para construção de uma imagem cada vez mais positiva e para que os veículos de mídia tenham cada vez mais respeito ao nosso movimento cultural e religioso.
Unidos seremos do tamanho que desejarmos!
Paulo Mendonça de Xangô
Publicitário, jornalista, Babalorixá na nação Nagô, sacerdote na Umbanda de Encantaria Cigana do Oriente e Jurema Sagrada, ativista de mídia, social, cultura, comunitário e de matriz africana. [+ informações de Paulo Mendonça de Xangô]
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