Por: Yalorixá Alba de Oyá
28/03/2024 | 10:39
Esse foi um dos pontos colocados em pauta pelo Babá Sandro Ifatorerá, Presidente Nacional do Afoxé Omó Ifá (um dos movimentos culturais que mais impulsiona a conexão/intercâmbio) que compôs a mesa em uma reunião cujo tema central foi o “Afroturismo”, realizada na Câmara Municipal - RJ e não poderia ser mais pertinente falar sobre esse tema.
As autoridades da Nigéria, principais mantenedores da cultura Iorubá, vêm por alguns anos elaborando medidas para que brasileiros tenham a possibilidade de se reconectar com a raiz ancestral advinda de países do continente africano, criando projetos como a Casa Herança de Oduduwa, back to home que visa intermediar esse intercâmbio entre as nações, afim de receber seus co-irmãos em templos erguidos anteriormente por aqueles que entendemos ser nossos ancestrais e para além disso, estar diante de uma energia incomum das divindades também cultuadas no Brasil. De forma transparente o povo Iorubá está aberto para o povo brasileiro. Para recebê-los, acolhê-los e acompanhá-los durante o período que estiverem no país, proporcionando uma experiência completa. Para reforçar esses laços, em parceria com ativistas, foram conquistados alguns avanços. A Lei Municipal 5.919/2022, confirma a irmanação entre os dois países, considerando assim que Brasil e África são fruto de um único ventre ancestral.
Indo na contramão do que entende-se ser uma troca justa, essa receptividade não é vista quando se trata da abertura de portos brasileiros para o acesso dos mesmos ao nosso país. Um dos exemplos que torna nítida essa indiferença é a desaprovação sem qualquer precedente dos 35 vistos de 70 autoridades que compunham a comitiva Real pelo consulado Brasil/Nigéria no ano de 2023 e tais ataques, se puder ser classificado assim, seguem ocorrendo atualmente.
É preciso que nós enquanto povo de axé, que estamos abertos a beber da fonte da cultura afro/Iorubá estejamos atentos ao descaso que nossos irmãos ancestrais estão passando com relação às tentativas de intercâmbio, bem como nós estamos abertos e dispostos a visitar, entende-se que eles também comunguem desse desejo. Não há como estabelecer uma relação de reciprocidade, um dos pilares da diplomacia, entre duas nações, onde uma das partes propaga o que entende-se como uma discriminação velada. Encarar essa situação com lucidez, é entender que o futuro revive um triste passado, em que os nossos também tiveram esse direito retirado
Yalorixá Alba de Oyá
Mãe Alba de Oyá, iniciada no ano de 1985, no asé localizado em Mesquita-Édson Passos, onde permanece até os dias atuais; neta de santo de Maria de Lourdes Bohana, Yá Ominibu do Axé Xapanã. Hoje à Frente do Asé Oyá Afefé em Queimados/RJ, ao longo dos anos vem nos brindando com sua alegria e orientações da Poderosa.... [+ informações de Yalorixá Alba de Oyá]
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