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Como nasceu Ori

Por: Babá Sandro Osàlúfòn

07/02/2024 | 19:12


ORI em yorubá significa CABEÇA. O Ori está acima dos Orisás, pois nenhum Orisá, nem mesmo Olodumare atenderá um pedido do ser humano, que não tenha sido autorizado por seu Ori.




Conta a lenda que os Orisás e Ancestrais se rebelaram, querendo ter os poderes e a sabedoria de Olodumare. Como mensageiro nomearam Esù, que levou as reivindicações a Olodumare. Este lhes enviou um poderoso obi, e, orientado por Ifá, determinou que após deixá-lo a noite inteira numa encruzilhada, os Orisás e Ancestrais deveriam tentar parti-lo para mostrar seu poder.


Ori era apenas uma pequena bola, que não possuía sequer um corpo para se apoiar, e ninguém o respeitava. Para conseguir partir o obi, procurou Ifá, que o aconselhou a fazer uma oferenda para os Odus, para conseguir a força de todos eles. Além disso, deveria espojar-se na poeira do chão por algumas horas.


No dia seguinte todos já estavam preparados para tentar partir o obi, quando chegou Ori, espojando-se na poeira. Um a um os Orisás foram fracassando na tentativa, pois o obi era muito forte e resistente.


Ori se apresentou e, como última opção, deixaram-no tentar. Com seu peso caiu sobre o obi, que se partiu em seis gomos. Todos ficaram muito felizes.


Olodumare, ao receber a notícia, imediatamente enviou uma linda almofada, onde Ori se instalou. Dessa forma Ori ganhou um corpo para sustentá-lo. Orisás e Ancestrais exclamaram: ORI APERE!


A partir desse momento, Ori nasceu. Passou a ser dotado de Iwa, a existência, dada por Olodumare, como prêmio por ter sido o único a conseguir partir o fruto-ventre.

“KÓ SOOSA TÍÍ DANI GBÉ, LEYIN ENI ÒRÍ”


Nenhum Deus abençoa o homem, sem que sua cabeça o permita.

Certa vez, num jogo de Ifá, perguntaram a ÒRÚNMÌLÁ:


“- Quem seria capaz de nos levar ao Infinito? (infinito = caminho da vida da pessoa).

SANGÒ disse que quando chegasse a OYÓ e lhe dessem certas comidas, ele satisfeito voltaria à sua casa, abandonando a pessoa. Perguntaram o mesmo a OYÁ, e ela respondeu, que quando chegasse a qualquer cidade e lhe dessem certas comidas, ela satisfeita voltaria para casa.


Resumo: enquanto dermos comida ao nosso Orisá, ele nos cobre e depois recolhe.

Perguntaram de novo a IFÁ e ele respondeu que Òsàlà, e ele respondeu que quando chegasse à cidade de Ifé, comesse, aí então ficaria satisfeito e voltaria para casa. Se nem Òsàlà é capaz de nos levar ao Infinito, então, quem é capaz?

Resposta: só Lebara.

Perguntaram a ÈSÙ: “- Se você caminhar, caminhar e chegar a Keto, e lhe derem 1 galo no dendê ? Ele respondeu:

– Comia e quando estivesse satisfeito voltaria para minha casa. Voltaram e perguntaram de novo a Ifá:

“- Então, ninguém é capaz de nos levar ao Infinito? Quem será? Tal conhecimento, tal sabedoria, quem a tem?

IFÁ respondeu.”- Somente o Orisá ÒRÍ é capaz de nos levar ao infinito, até o final de nossa vida.” Se uma pessoa morrer, despachamos tudo referente ao Orixá, mas, o que sempre ficou foi o ÒRÍ.


Conclusão: Mesmo se nosso òrìsà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também. Primeiro damos comida a Òri no borí, e depois ao orisá. Não há orisá raspado errado, desde que o òri aceitou. Acima de nosso Orisá individual, está o nosso Òrì. Damos ao òrì cera (caroço de algodão), obi, água. Existem apenas 6 bichos para Òrì: pombo, peixe, pato, franga, galinha d’angola e o igbin; apenas um bicho vai ao ori, os outros serão colocados apenas na tigela. O ejé (sangue) de pombo branco, só se for muito importante, necessário, senão estaremos ofendendo Olodumare.




Babá Sandro Osàlúfòn - AxéNews

Babá Sandro Osàlúfòn

Sou Babá Sandro Osàlúfòn. Formação: Comissário Marítimo e estudande de Nutrição e Dietética. Iniciado no Candomblé na nação N'Angola por Dona Dulcinéia de Dandalunda ( in memória ), filha de Cláudio de Osossí ( in memória ) vulgo Cláudio veneno, filho de Dona Joana Tulemburá ( in memória ), filha do Sr. Ciriaco ( in memória ), migrei para a nação Ketu ( Axé Osumarê ) para casa do Sr. Marcos de Oyá ( in memória) filho do Sr. Paulo da Pavuna ( in memória) filho de mãe Theodora ( in memória), hoje eu pertenço a nação Efón, sou filho do Sr. Michel de Osossí em São Paulo, filho da mãe Maria de Sangô, Asé Pantanal em Duque de Caxias no Rio de Janeiro.


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