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Comunidade Òbá Labi participa do Circuito Herança Africana, promovido pelo Instituto Pretos Novos (IPN)

Ao final do trajeto, a comunidade adentrou ao IPN

18/02/2024 | 17:21


A comunidade comunidade Òbá Labi foi convidada a compôr o projeto do Instituto dos Pretos Novos que visa oportunizar que comunidades tradicionais façam o percurso histórico da Pequena Africa, no Centro do Rio de Janeiro.


A interlocução com o IPN foi feita pelo assessor de Povos Tradicionais da Secretaria de Meio Ambiente, o professor Leonardo Mattos.



O percurso ocorreu no sábado, dia 17/2. O projeto oportunizou meios de transporte e guia para que a comunidade pudesse levar 44 pessoas da região, saindo de Guaratiba, Zona Oeste para o Centro do Rio.


A comunidade se reuniu cedo, todos começaram com a movimetação histórica com o ajeum do rei, reunindo todes para um grande alimentação coletivo, cânticos e saudações ancestrais. A batucada se estendeu por todo o trajeto, pois todos sabiam que estavam indo ao encontro de antepassados e ancestrais, tantas vidas que habitaram com luta e dor aquela região.


Em várias partes do trajeto, o Babalorixá Pai Thiago de Xangô pediu a palavra para falar da resistência do candomblé, de João da Baiana e todas as mulheres que cuidaram e fizeram as vidas continuarem. A comunidade pôde refletir sobre a dura história da escravidão, e mais que isso, puderam ver que temos origem, que antepassades chegaram em dor, mas não desistiram, e se estamos vivos e vivas, precisamos rememora-los.


Ao final do trajeto, a comunidade adentrou ao IPN, e diante de nosses antepassades, em roda, sob suas ossadas vilipendiados, foi cantado o Hino da comunidade Òbá Labi, Gbáà yìí L’ase, Oníla lòkè Baàyònní, esta cantiga que marca o nascimento da comunidade. Todos cantaram para que eles e elas soubessem que suas existências sempre serão lembradas.


Para a Yakekere Iyá Katiuscia de Yemanjá, “a morte para nós é o esquecimento, nós cantamos a morte para que ela mão nos assole. Então, neste dia foi quebrado o protocolo ocidental do silêncio do luto, para que antepassados e ancestrais saibam que seus filhos e filhas estavam ali, retornaram para saudar a resistência de tantos e tantos, estamos aqui, estamos vivos, não foi em Vão” .


O passeio histórico está disponível a comunidades ancestrais. Esperamos que inúmeras possam ir e reconhecer este patrimônio que mais que ninguém pertence ao povo negro ancestral.


Para informações de como participar do Circuito de Herança Africana, promovido pelo Instituto Pretos Novos, acesse suas redes sociais: instagram.com/institutopretosnovos/


A seguir, algumas fotos:



Fotos: Jhonathan Ferreira | @sooutropoeta

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