Por: Iyá Vânia de Oyá
02/07/2024 | 08:54
Entro nesse tema com o coração cheio de amor, alegria e principalmente esperança.
Esperança e certeza que nosso futuro está garantido através da presença das crianças no axé. Voltando as minhas lembranças e reflexões, lembro-me que quando ainda criança gostava de colocar a sainha que minha mãe fez para que eu pudesse participar das giras, cantando e dançando, juntamente com meus familiares, eram momentos importantes, que me deixaram lindas memórias.
E através dessas experiências, que digo que a presença participativa das nossas crianças em nossos terreiros, além de trazer alegria, nos traz bons frutos, pois uma semente plantada hoje, será uma arvore frondosa no futuro.
Penso que quando os pais, optam por determinada religião, seus filhos tendem a acompanhá-los, pois o que é bom para os pais, com certeza será de bom caminho para a família (filhos), seguindo os passos dos pais (que pode ser somente a mãe ou o pai) a criança terá segurança, a empatia, o amor do próximo.
Assim em outras religiões, a umbanda e o Candomblé também recebem essas crianças, mostrando desde pequeno a fé, o respeito ao mais velhos, o silencio nas rezas, o cuidado e o carinho com os membros da comunidade de terreiro, incluindo a natureza (plantas/ervas) e nossos animais.
Tenho muitas crianças na casa de mãe Oyà, inclusive meus netos, pois sempre acreditei que a fé deve ser passada de pai/mãe para filhos. Mas também não concordo quando um membro diz, “eu venho, mas não trarei meu filho”, realmente ele não acredita na sua missão na religião, e quando quiser que esse mesmo filho(a) acredite em Deus, Oxalá ou em nossos encantados, será difícil ou tarde demais.
Viva as nossas Crianças de Axé!!
A paz de Oxalá esteja com cada um de nós, Epê Babá!!
Texto sobre minhas Experiências e Reflexões de axé.
Iyá Vânia de Oyá
Mãe Vânia D'Oyà é Professora, Pedagoga, sacerdotisa de Candomblé e Umbanda , fundadora e Iyalorisà do Ilê Asè Oyà Funan fundado no ano 2007, militante das causas pertinentes à Religião de matriz africana, pertencente a vários grupos e comissões que lutam contra o preconceito e racismo religioso.
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Achei o assunto interessante. Mas acho que as crianças deveriam ser ensinadas e não soltas no terreiro. Estou errada?