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Escolas de samba apresentam a fé afro-brasileira ao mundo no maior espetáculo

Por: Átila Nunes

16/02/2023 | 11:54


No Carnaval de 2020, a Grande Rio ecoou pela Sapucaí um grito contra a intolerância religiosa. ‘’Respeita o meu axé’’ fazia parte do refrão do samba, que levou o desfile da escola de Duque de Caxias ao vice-campeonato do Carnaval carioca. Dois anos depois, no Carnaval seguinte (2021 não houve desfiles em razão da pandemia), Exu foi escolhido como enredo pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad. A ousadia deu certo: Grande Rio campeã do Carnaval pela primeira vez, quando o povo de rua, também pela primeira vez, assumiu o protagonismo na Sapucaí.



O sambista carioca e o folião do mundo inteiro foram apresentados às Pombagiras e aos Malandros com o Salgueiro no ano de 2016, mesma escola que dois anos antes louvou o nome dos Orixás no refrão do meio do samba-enredo. Viajando no tempo, no ano de 1980, a escola de Ramos, Imperatriz Leopoldinense, conquistou o seu primeiro campeonato ao homenagear a Bahia, exaltando Xangô no samba-enredo, Orixá da justiça que veio a ser o enredo do Salgueiro em 2019.


Fato é que o Carnaval do Rio de Janeiro, assim como acontece em São Paulo, exalta a religiosidade afro-brasileira. Quantos sambistas e turistas louvaram emocionados com a melodia dos sambas, entidades que eles nem conheciam? Em 2009, no desfile da Beija-Flor de Nilópolis, os foliões cantaram ‘’embala eu Babá’’ ao som do refrão principal, que salvava as águas de Oxalá. Tudo isso transmitido ao mundo inteiro. Quem pesquisar vai ver! A nossa fé é arte.


Como vereador e defensor da diversidade de crença, acredito no investimento e valorização da cultura como ferramentas poderosas no combate ao preconceito. No ano passado, quando Exu venceu o Carnaval e foi destaque até no Jornal Nacional, convidamos para serem homenageados na Câmara Municipal do Rio pela promoção à liberdade religiosa, os carnavalescos responsáveis pelo desenvolvimento do enredo, bem como a dupla que assinou o desfile da Portela sobre Baobá, tradicional árvore dos cultos candomblecistas, Renato Lage e Márcia Lage, o mestre Dudu da bateria da Mocidade, que homenageou Oxóssi e o filho de Oxóssi, o jogador Paulinho, que reverenciou o Orixá das matas nas Olimpíadas de 2021.


A luta é árdua, mas tenho certeza de que vamos vencer a batalha contra a ignorância levando o conhecimento das nossas tradições através das manifestações populares. Neste ponto, o Carnaval é, sem dúvidas, o maior exemplo disso!



Átila Nunes - AxéNews

Átila Nunes

Carioca, 48 anos, casado, pai de dois filhos adolescentes, o vereador

Átila A. Nunes (PSB) é líder do governo na Câmara Municipal do Rio e está em seu terceiro mandato. Membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos de Matriz Africana, ele cresceu num lar de família umbandista. [+ informações de Átila Nunes]

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