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Escrita Preta e o Povo LGBTQIAPN+: construindo pontes de resistência e esperança entre gerações

Por: Lelo Oliver


11/12/2024 | 18:31


A escrita preta é uma ferramenta de resistência, um campo fértil onde memórias, vivências e sonhos se encontram para transformar realidades. Quando conectada às experiências do povo LGBTQIAPN+, ela não apenas dá visibilidade a histórias interseccionais, mas também se torna um farol de representatividade, acolhimento e transformação social. Neste momento de mudanças e desafios, refletir sobre o impacto dessa escrita na geração atual e nas futuras é essencial para compreendermos seu potencial transformador.



Escrita Preta e Identidade LGBTQIAPN+: representação e acolhimento

Para muitos jovens negros LGBTQIAPN+, a escrita preta oferece um espaço seguro onde suas identidades não são apenas aceitas, mas celebradas. Vivemos em uma sociedade que muitas vezes marginaliza tanto a negritude quanto as vivências LGBTQIAPN+, criando um sentimento de exclusão que pode ser devastador para quem ocupa essas interseções. Quando esses jovens encontram personagens, histórias ou poesias que refletem suas experiências, há uma validação imediata de suas vivências.


Essa representatividade é mais do que simbólica. Ela permite que jovens entendam que suas existências não estão à margem; elas são parte integral de uma narrativa histórica rica, que carrega ancestralidade, luta e resistência. Autores negros LGBTQIAPN+ como Conceição Evaristo e João Silvério Trevisan, entre outros, têm produzido obras que não apenas narram essas experiências, mas também inspiram outras pessoas a escreverem suas próprias histórias.

Além de acolher, a escrita preta estimula a autoestima e fortalece o senso de pertencimento. Ver-se representado é perceber que há espaço para sua existência, sua voz e seu futuro. É um lembrete de que, mesmo enfrentando opressões, há beleza, força e potência na diversidade.


Mudanças para a Geração Atual

O impacto da escrita preta já pode ser observado na geração atual. Hoje, temos um número crescente de jovens negros LGBTQIAPN+ que se sentem encorajados a usar suas próprias vozes para transformar o mundo ao seu redor. Seja na literatura, na música, no cinema ou nas redes sociais, há uma onda de criatividade que desafia narrativas coloniais e cis-heteronormativas.


Essa produção não se limita à estética; ela é política. A escrita preta questiona sistemas opressores e exige mudanças estruturais. Ela força a sociedade a olhar de frente para questões como racismo, LGBTQIAPNfobia, desigualdade e violência, propondo caminhos alternativos baseados na empatia e no respeito à diversidade. Através dela, movimentos sociais ganham força e pautas progressistas ganham visibilidade, criando um ciclo virtuoso de transformação social.


Para esta geração, a escrita preta é também um meio de reimaginar futuros. Em um mundo tão marcado por incertezas e crises, a literatura preta LGBTQIAPN+ apresenta narrativas de resistência e esperança. Histórias que celebram a pluralidade e a superação se tornam inspiração para sonhar e lutar por realidades mais justas.


Impacto para as Próximas Gerações

Se para a geração atual a escrita preta já é revolucionária, para as futuras ela será um legado. Cada livro, poema, ensaio ou crônica escrita hoje será uma semente plantada no solo fértil do futuro. Essas palavras servirão como arquivos de memória, garantindo que as lutas e as vitórias do presente não sejam esquecidas, mas sim usadas como inspiração para avanços ainda maiores.


Para as próximas gerações, a escrita preta será um guia. Ela mostrará que resistir às adversidades é possível, e que há força e beleza na interseccionalidade das identidades. Jovens crescerão em um ambiente onde histórias de amor, superação e autenticidade negra e LGBTQIAPN+ serão mais acessíveis, promovendo um ciclo contínuo de aceitação e celebração.

Além disso, a literatura preta desafiará futuros leitores a enxergarem o mundo de forma mais inclusiva. Ela ajudará a educar pessoas sobre a importância da empatia e da desconstrução de preconceitos, moldando uma sociedade onde a diversidade seja vista como um valor inegociável.


Construindo um Futuro com a Escrita Preta

O que fazemos hoje com a escrita preta para o povo LGBTQIAPN+ tem impacto direto nas bases que estamos construindo para o futuro. Apoiar autores negros LGBTQIAPN+, promover suas obras e criar espaços para que suas vozes sejam ouvidas são passos fundamentais para garantir que essa revolução literária continue.


Essa é uma jornada coletiva. Leitores, educadores, editoras e instituições culturais precisam se comprometer com a amplificação dessas vozes. Não se trata apenas de dar espaço, mas de reconhecer que a escrita preta e LGBTQIAPN+ é essencial para uma sociedade mais justa, equitativa e plural.


Ao escrevermos, lemos e apoiarmos a escrita preta, estamos não apenas narrando o presente, mas também redesenhando o futuro. Para esta geração e as próximas, cada palavra é uma promessa de que a luta por igualdade e respeito continua. Afinal, como já nos ensinaram os grandes escritores negros, resistir é criar, e criar é transformar.


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Lelo Oliver - AxéNews

Lelo Oliver

Produtor Editorial, Design Gráfico, Capista e Diagramador. CEO da Onirá Editora e do selo Novos Griôts. Com Vários Livros e Revistas produzidos e Lançados dentro e fora do Brasil. Revista Escrita Sete (Portugal, Frankfurt e em breve Estados Unidos). Foi indicado com dois livros no Aclamado Prêmio Jabuti. Foi indicado com um livro na academia Brasileira de Letras.   [+ informações de Lelo Oliver]



Telefone (Whatsapp): 21 99280-6461 


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Artigo de Opinião: texto em que o(a) autor(a) apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretações de fatos, dados e vivências. ** Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do AxéNews.


1 commentaire


Vodunno Paulo Atolusi
Vodunno Paulo Atolusi
há 5 dias

Que maravilha. parabéns pelo excelente trabalho.

Ogulho me define.

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