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Federação Internacional Ọmọ Àbèbé e a promoção da cultura afro-brasileira na Europa

Por: Bàbálorixá Eduardo D'Ayrá

29/03/2023 | 18:20


co autor- Nicholas Corrêa do Amaral Faina


No dia 21 de Março de 2023 se comemorou pela primeira vez no Brasil o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, lei sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (Lei 14.519/2023). Junto com as irmãs mais novas, a Lei 7.716/89, conhecida com Lei do Racismo e a Lei 11.635, que instituiu O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, introduz mais uma ferramenta pela luta contra cada forma de Discriminação Étnico-Racial no território brasileiro.




A Federação Internacional de Povos Tradicionais Afro-Brasileira (Ọmọ Àbèbé - FIPTAB ) no seu trabalho diário, visa lutar de forma pacifica e por uma constante difusão cultural da própria ancestralidade africana, contra todas as manifestações discriminatórias sejam elas de forma racial, religiosa, gênero ou orientação sexual, entre muitas.


Com sede na Suíça, na pequena cidade de Sirnach, Ọmọ Àbèbé - FIPTAB representa uma realidade única em toda a Europa, e provavelmente a maior e mais conhecida fora do Brasil, que tenta transmitir e disseminar a cultura e a ancestralidade africana.


Seu fundador e atual Diretor-Geral, babalorixá Eduardo d'Ayra, é muito atento e escrupuloso no trabalho de preparação e divulgação de eventos, pois está ciente dos problemas de mal interpretação cultural fora de uma realidade afrodescendente como a da Bahia ou do Rio de Janeiro, sua cidade natal. É por isso que o compromisso e a responsabilidade na organização e gestão dos eventos da federação são duplamente exigidos do Diretor-Geral, que acompanha com escrupulosa atenção todo o trabalho do Ọmọ Àbèbé.


Até o momento, a federação já pode se orgulhar de organizar eventos internacionais com a participação de várias delegações européias e brasileiras de cultos de tradição africana. Um desses encontros, o encontro de povos tradicionais, contou com a presença dos principais padres do Candomblé, Umbanda, Santeria e Ifá, entre muitos outros.


Incorporados a uma realidade totalmente branca como a da Suíça, o Ọmọ Àbèbé e Baba Eduardo não se assustaram com a discriminação potencial que poderiam enfrentar; pelo contrário, com grande coragem e determinação envolveram e surpreenderam até mesmo a comunidade suíça, desconhecendo um Brasil tão ligado à África. Em um dia ensolarado em um parque de Zurique, o Afoxé do Àbèbé trouxe os ritmos ancestrais e a percussão da Bahia, fazendo com que todos os participantes dançassem e se divertissem, além de mostrar a cultura afro-brasileira.


Entretanto, o festival de nicho pelo qual a Federação se tornou mais conhecida e bem-sucedida é a Festa de Yemanjá, agora em seu terceiro ano consecutivo. O dia visa celebrar a mãe orixá de todas as cabeças, seguindo e perseguindo a tradição ancestral baiana. Nisto, Baba Eduardo é muito escrupuloso e cuidadoso, divulgando a imagem de uma Yemanjá negra e não uma branca, como é freqüentemente o caso no Brasil.


O festival, que agora acontece na última semana de agosto, contou com a participação não só de comunidades e pais e mães de santo dos diversos cultos de matriz africana, mas também de estudiosos experientes do assunto, acadêmicos e antropólogos convidados a contribuir com discursos histórico-culturais, envolvendo também algumas tradições ou rituais famosos.


O evento se encerra com a manifestação cultural musical de todo o nordeste brasileiro: rodas de capoeiras, maracatu, frevo, desfiles ao longo de uma rua de uma cidade suíça, fechada ad hoc para permitir a celebração de Yemanjá. E para os amantes da comida, não há problema: vários barracos de comida típica brasileira, africana e italiana e os famosos acarajés povoam esta rua. A cara do Nordeste, a cara da Bahia!


Continuando a analisar os eventos atualmente em atividade, encontramos a série de oficinas intituladas O Candomblé e suas Danças que visa ensinar e transmitir os fundamentos ancestrais e culturais dos movimentos relevantes do Candomblé, começando com a introdução mitológica de cada orixá.


Com todos estes projetos já ativos, a Federação Ọmọ Àbèbé - FIPTAB visa, como introduzido, lutar contra todas as formas de discriminação, não apenas religiosa ou etno-racial, tentando usar a mitologia afro de referência como ferramenta de luta e disseminação cultural.


Planejados para os próximos meses, além da tão esperada terceira edição da Festa de Yemanjá a ser realizada em 29 de agosto de 2023, novamente em Sirnach, estão previstos vários eventos como a Feira dos Àbèbés, o Samba de caboclo e, para finalizar, o Afoxé do Àbèbé.


Em resumo, as expectativas colocadas nesta federação são muito altas, e esperamos estar presentes, para testemunhar, todos os eventos que serão organizados. Lembrando que, especialmente na visão dos nossos ancestrais, é preciso uma vila para cuidar de uma criança. Bom, nessa vila vive o ser humano, de várias cores, de várias culturas, de várias idades, de muitos amores.





Bàbálorixá Eduardo D'Ayrá - AxéNews

Bàbálorixá Eduardo D'Ayrá

Bàbálorixá Eduardo D'Ayrá foi iniciado na nação de angola tumba jussara, pela Iyálórixá Danda Luamicide no dia 19 de março no Rio de Janeiro em Nova Iguaçu (Cabuçu), hoje pertencente a nação de Ketu. Sendo o filho mais velho de quatro irmãos, é o unico iniciado no Candomblé. Hoje, Bàbá Eduardo com residência fixa na Suíça, na cidade de Zürich (Zurique), em 2019 teve a iniciativa de criar um projeto cultural chamado Ọmọ àbèbé. [+ informações de Bàbálorixá Eduardo D'Ayrá]



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