O evento é considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina
16/07/2023 | 17:05
Evento pioneiro em dar visibilidade ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha no Brasil, chega a sua 16ª edição em quatro capitais do país e promove a reflexão acerca do tema Bem Viver por meio de oficinas, painéis, conferências, palestras e mesas de debate com especialistas nacionais e internacionais.
Nesta edição, pela primeira vez, o festival ocorrerá em quatro capitais: começa em Brasília e segue para o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador entre 6 e 30 de julho.
Considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina, envolvendo anualmente todas as regiões brasileiras, com crescente participação internacional (mais de 20 países), o Latinidades é uma iniciativa continuada de promoção de equidade de raça gênero e plataforma de formação e impulsionamento de trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação.
Idealizado por Jaqueline Fernandes, o Latinidades é um festival multilinguagens que busca desenvolver diálogos com o poder público e com organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. É um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e promoção da igualdade racial.
A programação no Rio de Janeiro começa pelo cortejo com Afoxé Filhas de Gandhi e Dona Gracy Mary Moreira, neta da Tia Ciata e membro do comitê gestor do Cais do Valongo Patrimônio da Humanidade. A atividade será no Museu do Amanhã, onde acontece a maior parte da programação, incluindo roda de conversa, painéis, workshop e lançamentos literários. A Presidente do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da ONU, Epsy Campbell, e a escritora Conceição Evaristo farão parte da primeira mesa Memória e Bem Viver, logo após abertura, ao lado de Tonika Sealy Thompson, Embaixadora de Barbados e Susana Harp, Senadora do México, com a mediação da Doutora em Estudos de Gênero e Raça, Carla Akotirene, no auditório do Museu.
O Festival Latinidades foi selecionado por Natura Musical, no Edital 2023, ao lado de nomes como Brisa Flow, Stefanie, Canto Sagrados Kariri-Xocó, Circuito Manacaos, Malka Julieta e Quilombo Groove. Ao longo de 18 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 600 projetos, entre nomes consagrados como Emicida, Russo e Antônio Carlos e Jocafi, Dona Onete e João Donato; artistas em ascensão como Linn da Quebrada, Rico Dalasam; e projetos de registro e fomento de cenas, como Os Tincoãs e Mostra Pankararu de Música.
“Este projeto, assim como os demais selecionados pelo edital Natura Musical, é capaz de propor debates urgentes, que impactam na construção de um mundo melhor. Vemos nesse projeto um potencial de legado, de impacto simbólico, capaz de inspirar transformações agora e no futuro”, completa Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Além do patrocínio Natura Musical, a edição 2023 tem apoio do Instituto Ibirapitanga, Fundação Ford, Oxfam Brasil, Edital Cultura Circular, Oi Futuro e British Council.
Sobre o tema Bem Viver – A noção de Bem Viver tem a ascendência mais conhecida nos povos originários Aymara e Kichwa e encontra ressonância nos modos de viver dos povos da floresta e povos tradicionais da América Latina. O conceito de Bem Viver vem, cada vez mais, ganhando força em toda a região e confronta diretamente o modelo vigente desenvolvimentista e exploratório da natureza e dos seres humanos.
Desde a Primeira Marcha de Mulheres Negras, idealizada pela ativista paraense Nilma Bentes e realizada em 2015, as pautas do Bem Viver têm sido fortemente incorporadas às agendas dos movimentos de mulheres negras.
A 16ª edição do Festival Latinidades vai promover debates sobre a importância de construir a cultura do Bem Viver, a partir da produção artística, ativista e intelectual de mulheres negras, hermanadas com as mulheres indígenas. Um Bem Viver que alcance todas as pessoas e que paute um conjunto de práticas integrativas, de direitos transversais e diálogos com as políticas públicas, as espiritualidades, os cuidados e autocuidados, saúde mental, direitos e saberes das comunidades tradicionais ameríndias, africanas e negras em diáspora.
🔻 Este conteúdo gerou valor para você?
Apoie o nosso jornalismo livre, independente e de qualidade.
Com sua contribuição, você nos ajuda a fortalecer nossa plataforma que é totalmente comprometida com as nossas comunidades de terreiro.
Comments