Por: Oluwa Seyi
22/05/2024 | 07:27
aguinha pouca, de sentido inusitado
na dúvida entre correr e empoçar
aflita em possuir a força do mar
era, porém, só um humilde regato
aguinha tão pequenina, tão acanhada
desejava-se funda pra caber muita gente
queria-se constante pra liquidar toda sede
mas qualquer gole grande lhe reduziria a nada
aguinha intermitente, seguindo seu ritual
sua vida toda buscando o oceano
preocupada em ressequir-se por engano
num susto, encontrou uma porção de água colossal
ao fim da jornada, meu regato desaguou no rio
Abandonei o antigo medo da secura
hoje sou água de beber e banhar com fartura
fluir junto de mãe Oxum é meu novo feitio
Poema de Oluwa Seyi, retirado do livro O que há de autêntico em uma mãe inventada (Editora Urutau, 2022).
Oluwa Seyi
Oluwa Seyi nasceu em São Paulo, na década de 90. É pesquisadora, professora e poeta. Possui graduação e mestrado em Letras pela Universidade de São Paulo, e atualmente desenvolve pesquisa de doutorado também em Letras, na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, pela mesma instituição de ensino... [+ informações de Oluwa Seyi]
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