Por: Paulo Mendonça de Xangô
23/08/2024 | 09:48
"Se não protegemos os nossos, o que estamos fazendo pela causa?"
Ao ler a frase acima em uma postagem nas redes sociais, fiquei impactado e reflexivo no destino que teremos em nossos movimentos e principalmente no cuidado e respeito pelos que buscam realizar em prol do coletivo, nas diversas vertentes como: Candomblé, Ifá, Encantaria Cigana, Jurema Sagrada, Kimbanda e a Umbanda (em todas as suas formas ritualísticas).
Tenho observado que cada vez mais temos eventos sociais e de reconhecimento as pessoas, o que até acho legal para socializar e incentivar os fazedores de ações para POTMA - Povos Tradicionais de Matriz Africana, mas não percebo a mesma intensidade no fortalecimento das ações concretas dos movimentos, coletivos, grupos e organizações, quando propõem uma ação virtual ou promovem seminários e encontros para o debate e planejamento de iniciativas de fortalecimento da causa em suas múltiplas frentes.
A tão propagada união, não alcança a prática, quando vemos importantes iniciativas, sendo ignoradas ou rejeitadas por dirigentes, lideranças e fazedores, com o simples objetivo de negar o fortalecimento de tal pessoa ou grupo. Essa falta de apoio se dá na ausência em eventos e até mesmo nas redes sociais, aonde deixam de reagir, comentar ou compartilhar uma publicação.
Outra prática que cada vez mais se torna comum é a apropriação de uma ideia ou ação, fazendo pequenos ajustes, para não dar crédito a criação e iniciativa do outro, pulverizando as ações e enfraquecendo a causa.
Sei que é normal, termos mais simpatia ou mais sintonia com uma determinada pessoa, mas precisamos colocar de fato a causa coletiva, acima de nossas questões pessoais.
Somente unidos de fato, seremos do tamanho que desejarmos.
Paulo Mendonça de Xangô
Publicitário, jornalista, Babalorixá na nação Nagô, sacerdote na Umbanda de Encantaria Cigana do Oriente e Jurema Sagrada, ativista de mídia, social, cultura, comunitário e de matriz africana. [+ informações de Paulo Mendonça de Xangô]
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