Por: Filipi Brasil
06/04/2022 | 17:26
O amaci é um sumo de ervas ritualisticamente preparado que tem a função de fortalecer o ori do médium, favorecendo o estreitamento dos laços energéticos entre o filho de fé e a sua espiritualidade.
Geralmente, o amaci é aplicado diante do gongá ou na natureza, pelos sacerdotes ou pelos guias que chefiam a egrégora do terreiro, acompanhado pelo cruzamento de pemba. É comum, no ato da aplicação do amaci, os médiuns incorporarem os guias que lhe assistem, devido à alta vibração energética alcançada neste trabalho. Este ritual é um sacramento em comum entre as casas de Umbanda; todavia, o que vai diferenciá-lo será a forma da sua confecção, bem como os componentes, as rezas, a época do ano que será ministrado etc.
Quanto à confecção do amaci, comumente é feito à base de água mineral e composto por sete tipos de ervas verdes e frescas, também podendo levar águas da natureza, como água da chuva, do mar, do poço e da cachoeira. Além disso, existem casas que utilizam na composição do amaci bebidas alcoólicas (cerveja preta, vinho, cerveja branca etc.). Cabe destacar que os critérios adotados na preparação ficam a cargo do guia-chefe que dá as diretrizes desse ritual - podendo variar de doutrina para doutrina, de casa para casa, e devendo ser respeitado.
Os mais antigos diziam que uma das finalidades do amaci era evitar que o médium viesse a sucumbir por uma espécie de “anemia energética”. Por isso, os resguardos e restrições antes e após esse ritual são diferenciados, como por exemplo, ficar sete dias sem lavar a cabeça, deixar de ir a lugares mal-assistidos, não manter relações sexuais, dentre outros.
Este singular ritual deve ser tratado com extrema reverência pelos médiuns umbandistas, pois no momento do recebimento do amaci, é o instante em que reafirmamos o nosso compromisso com a espiritualidade maior e com a sagrada lei de umbanda.
Você já passou por esse ritual? Compartilhe conosco a sua história!
Filipi Brasil
Filipi Brasil é médium, escritor e estudioso da seara umbandista há mais de 25 anos. Sacerdote do Templo Espiritualista Aruanda, Filipi é também psicólogo, Mestre em Psicologia, especialista em Psicologia Transpessoal, além de ter MBA em Gestão pela Qualidade Total, em Educação Corporativa, e em Gestão de RH. Terapeuta Holístico, Filipi também tem formação em Coach, é consultor de RH e de Desenvolvimento Humano. Autor dos Livros Sob o Céu de Aruanda, Zé do Laço e Mariazinha, Filipi é também co-autor do livro As Cartas Ciganas e os Orixás.
Redes Sociais de Filipi Brasil:
Comentários