Por: Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo
22/03/2023 | 15:59
Para um jogo ser satisfatório ao consulente, muitas coisas são necessárias. Principalmente, compreensão de sua funcionalidade.
Na busca pelo direcionamento, algumas pessoas se perdem em meio aos veículos de comunicação com o sagrado, tornando essa mágica experiência em algo desgastante, dependendo do objetivo.
Adepto ou não, quem procura um oráculo para se orientar, deve saber, no mínimo, o que cada um deles pode oferecer. A cartomancia possui a preferência popular, mas o fato de não transmitir um ebó, na maioria das vezes, implica na procura por algo a mais.
Em diáspora os consulentes têm encontrado opções variadas, como Erindilogun (jogo de búzios), Ikin e Opele Ifá. Todos de origem africana, mas com leituras que aproximam a pessoa de situações diferentes e de formas variadas.
Cartomancia: É o primeiro passo. Essa leitura dará início em soluções ou problemas futuros. Até mesmo, por isso, não possuí em sua formação, o costume da oferta, limpeza, ebó, etc. Nesse contexto, orientações são iniciáticas, impedindo questões posteriores ou facilitando as mesmas.
Erindilogun: O oráculo utilizado no Candomblé é para notificar e nortear as pessoas com base nas energias que nos cercam, chamadas de Orixá. São eles que indicarão, através dos Odus, o que fazer para haver continuidade ou que desistência, de um fato. Tal como o ebó que dará direcionamento diante daquilo que se apresenta, ancestralidade da pessoa e qual regência divina ela possui aqui no aye (terra).
Ikin: Essa leitura, muito utilizada pelos seguidores de Orunmila, faz o link entre o sagrado palpável e a Divindade daquela energia. Esse elo conecta Orixá, Divindade e Odus, fazendo com que os processos ganhem força, diante das necessidades. Divindade é a força bruta da natureza. Aquilo que o corpo humano não suporta no transe. Exemplo disso: Olokun - O mar na totalidade.
Opele Ifá: O mensageiro de Orunmila é quem detém conhecimento do destino. Ele é o todo. Trabalhando com o tempo cósmico, é o responsável por dar velocidade nos direcionamentos. Necessita de todas as forças para que o feito alcance o consulente, mas olhando de cima para baixo. Desenha o evento da vida para que as lições tragam compreensão dos objetivos da pessoa.
O que preciso ressaltar é que todas funcionam muito bem. Você precisa apenas saber o que deseja encontrar como resposta para as suas perguntas e em que nível se encontra o problema, objetivo ou solução visada.
Lembrar que o oráculo é uma leitura, facilita o processo de compreensão do mesmo. Não é jogo adivinhatório, mas sim, divinatório. O que é feito pelo Sacerdote, Oraculista ou Terapeuta, nada mais é do que transmitir seu conhecimento sobre o instrumento utilizado. Afinal de contas, ele ou ela foi designado/a para aquela função por decisão de Olodumare.
Até a próxima e aquele axé!
Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo
O Bàbáloriṣá Joaquim Azevedo foi iniciado para o Òrìṣà Ògún pelas mãos de José Flávio de Òṣògìyán. Fotojornalista desde 2010 pela UERJ e escritor recente, com a obra Eu, Você e os Orixás. Ativista sociorreligioso, educador popular e gestor no terceiro setor.
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