Por: Iyalorisá Glauciele T’Osun
21/04/2024 | 12:15
Nossa voz ecoa, nossos ancestrais vivem em nós. É tempo de celebrar a diversidade e combater a intolerância religiosa. É tempo de reconhecer nossas raízes sagradas.
Quando olhamos ao nosso redor, vemos um Brasil rico em culturas, crenças e tradições. Mas também testemunhamos um cenário perturbador: a intolerância religiosa, que tantas vezes ameaça essa riqueza. Para mim, Iya Glauciele T’Osun, dirigente do Ilê Asé Omi Gbonã, essa luta é mais do que uma questão de justiça social. É uma missão pessoal, enraizada na minha própria história e na história dos meus antepassados.
Nascida e criada em um ambiente de fé e tradição, aprendi desde cedo o valor da diversidade religiosa. Minha família, com suas raízes profundas na cultura afro-brasileira, ensinou-me a honrar e respeitar todas as formas de expressão espiritual. No entanto, ao longo dos anos, testemunhei inúmeras vezes a dor causada pela intolerância e pelo preconceito e é por isso que o mês de Abril, conhecido como Abril Verde, dedicado à conscientização sobre a intolerância religiosa, tem um significado tão profundo para mim, pois também sou vítima de Intolerância.
Instituído pela Lei No 9.301 em 2021, esse mês é uma homenagem aos que lutam diariamente pela liberdade religiosa e pela igualdade de direitos. Essa legislação, pioneira no Estado do Rio de Janeiro, é um marco na história da luta contra a intolerância e nos lembra da importância de ter pessoas comprometidas com causas tão nobres.
Foi dessa convicção e dessa luta pessoal que nasceu o projeto que deu origem ao seminário "Raízes Sagradas: Estratégias contra a Intolerância Religiosa e Desafios do Matriarcado". Conscientes da urgência em combater a intolerância religiosa e promover o respeito à diversidade, unimos forças para criar um espaço de diálogo, reflexão e celebração.
É fundamental que a comunidade esteja ciente dessas leis e de seus direitos. A conscientização é a chave para a implementação eficaz das políticas e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa. Por isso, eventos como "Raízes Sagradas" desempenham um papel crucial ao educar e envolver a comunidade na luta contra a intolerância religiosa.
Durante o seminário, contaremos com palestras e discussões profundas sobre o tema, trazendo especialistas e líderes religiosos para compartilhar suas experiências e perspectivas. No entanto, acreditamos que mais do que discutir teorias, é fundamental vivenciar a prática. Por isso, também realizaremos uma feira cultural, onde os participantes poderão mergulhar na riqueza das diferentes tradições religiosas.
Ao unir forças com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, estamos enviando uma
mensagem clara: a intolerância não tem lugar em nossa sociedade. Juntos, estamos construindo pontes de entendimento e solidariedade, derrubando as barreiras que nos separam e celebrando as tradições que nos unem.
Portanto, eu o convido a se juntar a nós neste momento crucial. Vamos honrar nossas raízes sagradas, vamos celebrar nossa diversidade e vamos lutar juntos por um mundo onde todas as crenças sejam respeitadas e todas as pessoas sejam valorizadas.
Nossas raízes são sagradas. É hora de honrá-las.
Iyalorisá Glauciele T’Osun
Glauciele Maria, carioca, caçula de 03 irmãos, nascida em berço católico de rezadeiras que tinham como tradição as ladainhas e festejos de reis. 1° incorporação, ainda criança, com o Cacique Pena Branca da Jurema em um quartinho, familiar, de consultas de Umbanda, pelas mãos do Preto Velho Pai Joaquim de Angola... [+ informações de Iyalorisá Glauciele T’Osun]
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Telefone: 21 99680-4780
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