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Sobre a Cozinha Sagrada da Umbanda

Por: Ademir Barbosa Junior

Foto: Reprodução

28/11/2023 | 06:43


A tavola non s’invecchia, diz um provérbio italiano. A comida une as pessoas, estimula a solidariedade, o compartilhamento. Por isso muitas liturgias se valem do alimento, da partilha, da comunhão entre encarnados, entre encarnados e desencarnados (Ancestrais), Divindades etc.




A Umbanda é uma religião sensual, vale dizer, trabalha com todos os sentidos, dentre eles o olfato, o paladar, a visão. Seja em oferendas ou no compartilhamento dos alimentos, cheiros e sabores se combinam com disposições e arrumações que despertam o espírito, mas também o apetite. Come-se primeiro com os olhos.


O objetivo deste livro é oferecer receitas práticas para umbandistas, tanto para oferendas como para compartilhamentos em festas de terreiro e outros. As receitas (sobretudo no que concerne aos Orixás) dialogam com pratos dos chamados Cultos de Nação, guardada a diversidade de ritos, raízes, elementos disponíveis etc. Quanto à praticidade das receitas, primam pelo fato de nem todos os terreiros terem alguém com conhecimento e disponibilidade para elaborar feijoadas, acarajés e outros. Mesmo que haja uma Iabassê ou filhos (as) com conhecimento e disponibilidade, nem sempre as receitas mais rebuscadas podem ser elaboradas em todas as ocasiões (calendário, tempo, emergência etc.). Além disso, os ingredientes e elementos aqui apresentados costumam não ser tão caros como outros. A maioria das receitas vêm da minha experiência pessoal, algumas delas vivenciadas na T. U. Caboclo Jiboia e Zé Pelintra das Almas, e de trocas de saberes e sabores. Como a Umbanda, assim como as demais religiões de terreiro, abarca uma diversidade de fundamentos e ritos, tudo deve ser confirmado pela Espiritualidade regente da casa, bem como pelos Pais e Mães. Um terreiro ou segmento, um Caboclo ou Exu podem não se valer de algum dos elementos deste livro, por exemplo. O propósito é oferecer uma base, um modelo, um ponto de partida, não uma limitação ou afronta ao modo de trabalho da Espiritualidade e seus médiuns.


Portanto, o uso de comidas e bebidas (bem como outros elementos que acessam os cinco sentidos) não se restringe ao uso da contrapartida etérica para o benefício e o equilíbrio de pessoas, ambientes e situações. Cuida-se do corpo, da mente e do espírito (visão holística), portanto, o corpo não é negado, mas reverenciado de inúmeras maneiras (banhos, dança, canto, autocuidado), inclusive por meio da alimentação.


As oferendas ou entregas ainda são dispostas com ou sem toalhas, fitas, moedas, búzios e outros. Seu uso ou não, bem como quantidades, disposição, cores etc. variam conforme orientações da Espiritualidade, o objetivo de cada oferenda (sempre para o bem e em respeito à individualidade, ao livre-arbítrio etc.), a numerologia de cada casa ou segmento, dentre outros fatores. Em algumas receitas acrescentamos um ou outro item a título de exemplo, contudo tanto a orientação específica (da Espiritualidade, de casa ou segmento) quanto a diversidade devem ser respeitadas, assim como o destino de cada elemento que não seja propriamente alimentar.


Existem oferendas dispostas interna e externamente. As internas ocorrem nas dependências de um terreiro ou no congá da casa de um médium, por exemplo. Entenda-se “internas” não como ambientes necessariamente fechados, excluindo-se o ar livre, “assentamentos no Tempo”, pés de árvore etc. Trata-se de espaços especificamente limitados. Já as oferendas externas concernem aos pontos de força, naturais (praias, matas, cachoeiras etc.) ou construídos pelo homem (cemitérios, dentre outros). Nesse último caso, é preciso ter a coerência e o bom senso de não agredir o meio nem desrespeitar leis de modo a depor contra a Umbanda e as demais religiões de terreiro. Por esse motivo, há duas maneiras principais de se lidar com as oferendas internas:


1. Arria-se a oferenda, que permanece no ponto de força por tempo determinado (a duração de uma gira, por exemplo), recolhendo-a depois para que a ação continue no terreiro (a queima de velas, de modo especial). Quando esse tempo termina (a gira, por exemplo) e as velas já terminaram, tudo pode ser recolhido e despachado. Quando não se trata de uma gira ou outra atividade de maior duração, os médiuns podem aguardar entre 15 minutos e meia hora (ou outro tempo, conforme orientação específica) e recolher tudo de modo a ação terminar no próprio terreiro (congá, tronqueira etc.).

2. Quando possível, deixa-se a oferenda curiando em segurança (em especial no que tange à forma de ser firmar as velas), recolhendo-se tudo no dia seguinte. Tal procedimento costuma ocorrer quando os pontos de força são isolados, realmente seguros (repito: em especial em relação a velas e a ação do vento, de animais etc.) e podem ser acessados pelos médiuns em ambas as ocasiões (no dia do recolhimento das oferendas nem todos precisam estar presentes, conforme orientações específicas).


Quanto ao descarte de elementos, muitos terreiros já se valem da compostagem orgânica e de outros recursos ecológicos . Alguns elementos, evidentemente, podem ser reutilizados, como copos, alguidares etc. Aliás, tais elementos, abandonados na natureza, a agridem, por isso, por exemplo, alguidares e louças costumam ser substituídos por folhas de bananeira, para entregas de frutas, dentre outros, cujo destino físico é literalmente natural. Para se compreender a ação deletéria de elementos abandonados na natureza, veja-se a tabela abaixo:



Elementos

Tempo de decomposição na natureza

​Frutas e cascas de frutas

01 a 03 meses

Alumínio

500 anos

Sacolas plásticas

450 anos

Garrafas de vidro

100.000 anos

Utensílios de plástico/descartáveis

450 anos

Taças e copos de vidro

100.000 anos

Papel, papelão e jornal

03 a 06 meses

Utensílios de barro (alguidares, quartinhas, etc)

Tempo indeterminado

Filtro de cigarros e charutos

05 anos

Flores

01 a 03 meses

Velas

400 anos

Palitos de fósforos

01 a 03 meses

Carcaça de animais

01 a 05 anos

Garrafas PET

Mais de 100 anos

Cerâmica (pratos, quartinhas etc.)

Tempo indeterminado

Metais

450 anos

Louças (pratos, quartinhas etc.)

Tempo indeterminado

Isopor

Tempo indeterminado


Quando faço uma oferenda no terreiro, fora de dia de gira e, portanto, de compartilhamento e comunhão, costumo colocar um pratinho e um copinho à parte, com o mesmo conteúdo. Arriada a oferenda, depois de algum tempo (de 15 minutos a meia hora, geralmente), peço licença e comungo. Isso também pode ser feito com outras pessoas que participem do processo. Concluída a oferenda, o tempo de curiar, geralmente a duração de uma vela palito, as frutas são recolhidas, consumidas e distribuídas. Por outro lado, quando se trata de gira, a oferenda foi feita antes do compartilhamento. No caso de um peixe inteiro para Oxóssi e Caboclos (as), por exemplo, além da oferenda feita como preceito, anteriormente, a primeira porção é retirada e também oferecida.


Embora haja uma diversidade muito grande quanto ao uso de elementos (copos, coités, alguidares, gamelas, pratos de louça, tipos de fumos e bebidas, flores etc.), também há elementos comuns, como fato de se bater paô ao se arriar uma oferenda (embora também a maneira de se bater paô possa variar). O som das palmas é ativação energética, reconhecimento respeitoso, pedido de licença. Lembre-se: estamos falando de uma religião sensual (uso dos sentidos). Outra questão também consensual é esperar esfriar (no alguidar, na gamela, no prato etc.), ao menos uma parcela de tempo, os pratos para somente então ser oferendados. As receitas apresentadas, ainda que relativamente simples, passam pelo fogo. Cozinhar é um passo importante para a sobrevivência e o desenvolvimento da humanidade, haja vista o estudo feito pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009) reunido no livro “O cru e o cozido” (1964). Kaô Cabecile!


A título de curiosidade, a diversidade na cozinha ritualística umbandista também se apresenta em pratos mais complexos como a feijoada, por exemplo. Há quem faça a feijoada para Ogum com feijão branco, deixando o preto para a dos (as) Pretos (as) - Velhos (as). Além disso, enquanto há quem prepare a feijoada dessas amadas Entidades com todo tipo de carne, outros preferem apenas as chamadas carnes nobres em respeito ao sofrimento que tiveram como escravizados (as), quando eram alimentados (as) com restos de comida, situação da qual se origina a feijoada, hoje servida em restaurantes como prato internacional, até mesmo gourmetizado e caro. São releituras fundamentadas na história, na tradição, na ressignificação holística.


Muitos terreiros de Umbanda, à semelhança das casas de Culto de Nação, têm uma Iabassê, a cozinheira oficial, que organiza as atividades e conta com o apoio de todos (as). Como em muitas situações, a apresentação da Iabassê causa ciúmes, fofocas e outros, tudo ligado ao humano, não à orientação espiritual, e que precisa ser administrado e transcendido com sabedoria, paciência e muito diálogo. O apontamento da Iabassê suscita observações referentes a todas as outras funções de um terreiro, pois quando o médium se fixa no topo do iceberg, perde a imensidão do próprio e do oceano. Ao questionar informações, decisões etc. num terreiro sério, até ontem por ele considerado seu porto seguro, depõe contra si mesmo, trabalha contra seu desenvolvimento. Ao considerar capricho o que o Pai ou a Mãe apresentam como orientações da Espiritualidade, demonstra falta de confiança, que só tende a crescer. Bastaria ouvir a Espiritualidade em terra para ela confirmar se o Pai ou a Mãe cumprem ou não o que foi por ela determinado. Contudo, o médium prefere maquinar situações em sua mente, que o esgotam, e por vezes ferir ou agredir Pai, Mãe, irmãos e irmãs. Um dos exemplos mais sérios de trabalhar contra si mesmo é quando o médium desconsidera as orientações transmitidas pelo Pai ou pela Mãe, as quais, às vezes, não são nem da dirigência da casa, mas da própria coroa mediúnica do médium, adaptadas à realidade daquele terreiro. Ou seja, o médium se recusa a ouvir os próprios Orixás que o assistem! Estão de braços abertos, mas ele vai se afastando pouco a pouco, inflado pelo ego. O médium não compreende que, no Astral, no sistema 7G, como digo brincando, seu Orixá de cabeça se comunica com o Orixá de cabeça do Pai ou da Mãe, que transmite as informações ou as repassa para um Caboclo ou Exu, por exemplo. Isso vale no cotidiano, na organização de obrigações e funções, no seguimento da missão espiritual daquele médium, o qual muitas vezes não tem dimensão a médio e longo prazos dessa missão. Todos esses comentários não excluem terreiros que mistificam, Pais e Mães que manipulam etc. Mas busquei tratar de uma triste realidade que por vezes vemos em nossos (as) filhos (as) e que muito nos entristece: conforme célebre provérbio do Povo de Axé, não adianta ebó (firmeza, oferenda etc.) se Orí (Anjo de Guarda, Divindade Interior) da pessoa se fecha. Seu Zé Marinho, marinheiro que tem a humildade de trabalhar com este médium, diz mais ou menos (cito como consigo lembrar) que é feita uma limpeza, tudo é levado para o fundo do oceano, guardado numa arca, fechada e segura e as pessoas mergulham, vão até o fundo e trazem tudo de volta. A Espiritualidade não se afasta, mas nós sim, por vibrações incompatíveis, que se manifestam de inúmeras maneiras.


Enquanto alguns terreiros possuem duas cozinhas, uma para uso comum e outra para as comidas sagradas, há outros que não possuem nenhuma e os pratos precisam ser preparados nas casas dos (as) dirigentes ou de médiuns. Ora, toda comida preparada com amor é sagrada, portanto toda cozinha também o é, em primeira e última instância. Contudo, é possível também sacralizar o ambiente, isto é, prepará-lo para algo sagrado, como também as pessoas fazem consigo (banhos e outros). Como então proceder para preparar oferendas e/ou comidas que serão oferecidas em giras e outros momentos? Quem cozinhar (Iabassê ou não), bem como os (as) ajudantes poderá tomar um banho de ervas antes, cobrir a cabeça, firmar uma vela com um copo d’água. A cozinha deve estar limpa e também pode ser defumada com antecedência e/ou ter o chão passado com um pano molhado com água e alfazema. Haja um clima festivo, de alegria, mas também de concentração, objetividade, afinal se trata de circulação de Axé, cura, energização.


Ao compartilhar alimentos, podem ser utilizados complementos como arroz. Além disso, como no caso de peixes assados, por exemplo, batatas e mandioca. Como nem todos (as) comem rabada, numa homenagem a Xangô, enquanto essa carne é oferecida ao Orixá, pode ser substituída por outra na refeição comum. Os exemplos evocados, de receitas simples (deste livro) ou mais complexas, reforçam hábitos locais e o bom senso (Não adianta cozinhar se “ninguém” vai comer). Complementos e outros devem ser acordados com a Espiritualidade e a dirigência espiritual de cada comunidade.


Não importa a quantidade do alimento, mas o Axé. Às vezes uma comunidade não consegue se organizar para grandes quantidades, mas o que arrecada e prepara é distribuído para todos (as) sem distinção. Geralmente costuma sobrar e ser encaminhado para quem deseja ou mais necessita, sempre se dá um jeito para o alimento chegar a todos (as). Sempre digo brincando a filhos (as) e amigos que o importa é a fé, mas, como minha fé é muito grande, sempre que se pode e posso, repito o prato.


Uma sugestão prática para calcular quantidades é lembrar que, muitas vezes, a Espiritualidade em terra também come e o médium também tem vontade, durante a gira/outra liturgia, ou mesmo depois, no dia seguinte (levar para casa). Então, para a corrente mediúnica, é interessante calcular ao menos (pois há quem coma mais de uma vez) duas porções por médium (de incorporação ou não, para teoricamente ter um pouco a mais), uma para “quem está em terra”, outra para o (a) médium. Quanto à assistência ou encaminhamento a instituições, famílias etc., há que calcular, fazer a média, sempre que possível para ter um pouco a mais. Dentro das possibilidades, vale o dito popular “Antes sobrar que faltar…”. Faltar não falta, pois o que houver será distribuído para todos (as), ainda que numa quantidade menor.


Sobre quizilas e preceitos, tema que abordei em profundidade em outros trabalhos, reforço a importância de se manter diálogo franco e aberto com a Espiritualidade e a dirigência da casa. Orixá não é criança birrenta, manhosa, cheia de manias e mimos, e os elementos utilizados ou não constituem-se em ingredientes de verdadeiros remédios holísticos, portanto não são aleatórios, têm fundamentos, por vezes podem ser substituídos por outros etc., mas não desconsiderados. Há que também se respeitar a diversidade de fundamentos e raízes, como o fato de alguns terreiros de Umbanda não trabalharem qualidades de Orixás, enquanto outros entendem que amalá ou acarajé com ou sem azeite de dendê pertencem a esta ou aquela qualidade de Xangô ou Iansã. O mesmo vale para alimentos não consumidos por toda a comunidade fora do terreiro ou do roncó, ou ainda em período que antecede determinadas festas ou liturgias. Assim como o Orixá não precisa de velas, pois já é iluminadíssimo, e quem precisa somos nós, tais (re)organizações alimentares servem para (re)equilibrar tanto indivíduos quanto a própria comunidade-terreiro, em comunhão com a sabedoria ancestral e com as irradiações da Espiritualidade. Se forem apenas protocolos, ou pior, formas de intimidação, perdem a razão de ser.


De qualquer forma, quizilas, euós ou contra-axé são energias que destoam das energias dos Orixás (cores, hábitos, alimentação etc.). Em virtude da diversidade do culto aos Orixás, tanto na Umbanda quanto nas demais religiões tradicionais de terreiro, essas quizilas variam. No caso específico da Umbanda, as restrições alimentares, de cores e bebidas, por exemplo, costumam ocorrer em dias de gira ou períodos e situações específicos. De modo geral, fora dessas ocasiões, tudo pode ser consumido, com equilíbrio. Entretanto, há elementos incompatíveis em fundamentos, banhos e outros, à semelhança das demais religiões tradicionais de terreiro.


A diversidade, repetimos, é muito grande. Há casas que não servem goiabas para Oxóssi, apenas para Exu, por exemplo. Muitos terreiros solicitam que os médiuns não se utilizem de cores escuras após determinadas obrigações ou lavagens. A maioria das casas não serve azeite de dendê para Xangô Airá.


As quizilas antes se referem aos filhos do que aos Orixás. O Orixá não terá enjoo ou queda de pressão se lhe for servido determinado elemento incompatível. O (a) filho (a), talvez. As interdições reforçam a individualidade do Orixá e de sua qualidade, além de evidenciar a sacralização dos elementos. A questão é muito mais complexa, inclusive em virtude da diversidade, por isso os exemplos auxiliam na compreensão. Antes da festa de um Orixá, pode-se não comer sua comida, deixando-a para o momento sagrada da comunhão. Ou então, não se come algo no cotidiano por ser quizila do Orixá, mas apenas num recolhimento religioso, aos seus pés. Nesses casos, não se trata propriamente de elementos incompatíveis, mas sim de elementos afins, consumidos por meio da sacralização.


Sem a intenção de esgotar o tema, uma síntese:


* Abster-se em condições diversas de determinados elementos ditos incompatíveis visa antes ao (re) equilíbrio do (a) filho (a).


* A diversidade (e não apenas na Umbanda) é muito grande e se expressa por diversos fatores e modos. Nesse contexto, algumas casas de Cultos de Nação, por exemplo, servem azeite de dendê para Xangô Airá, sob a alegação de que o azeite doce pertencia aos antigos proprietários de escravizados, não era comum em África nem nas senzalas onde se prenderam nossos ancestrais em solo brasileiro. Valem-se dessa prática a despeito da mitologia, da tradição, dos usos e da facilidade em se encontrar o azeite doce nos mercados contemporâneos.


* Um elemento incompatível não se define pela mitologia dos Orixás. Antes, a mitologia explica de maneira analógica, simbólica, o porquê de determinado elemento ser incompatível. Em outras palavras, algo não deixa de ser feito ou consumido em virtude da mitologia, mas sim a mitologia explicar o porquê de não se fazer ou consumir.


* Não se deve confundir quizila com superstição ou obscurantismo ou ainda se valer da mesma como forma de poder ou dominação.


* Respeite a Umbanda que seu irmão cultua e, portanto, as maneiras como vivencia ou não as quizilas.


A respeito de flores, embora seja comum, por exemplo, oferecerem-se cravos e rosas vermelhos em encruzilhadas, giras etc., ou rosas amarelas em cachoeiras, dê preferência a vasos com flores, para depois replantar, distribuir mudas etc.


O livro também apresenta farta bibliografia de saberes e sabores sobre Espiritualidade, Religião e Espiritualidade e Religiosidade dos Terreiros, com vistas a pesquisas sobre comensalidade, sacralidade, hábitos alimentares, dentre outros temas.


Por fim (e não menos importante), cada uma das receitas pode ser preparada para consumo doméstico, como alimento cotidiano, afinal a vida e os sabores pulsam a todo instante, unindo-nos em torno da mesa, com alegria, prosperidade e satisfação. Possamos sempre compartilhar o alimento do corpo e do espírito, se possível no mesmo alguidar, na mesma louça, na mesma folha de bananeira ou gamela.


Abraço, gratidão e Axé!


P. S.: A respeito das brincadeiras que ultrapassam os muros dos terreiros de que os filhos de Xangô são glutões, cabe um sábio ensinamento: “A mesma energia que você gasta dizendo que um (a) filho (a) de Xangô é guloso (a), você poderia fazer um almoço e convidá-lo (a) para sua casa.” Recado dado, com amor, gratidão e Axé!


(BARBOSA JR., Ademir. Livro prático de feitiços. São Paulo: Editora Excelsior, 2023)




Ademir Barbosa Junior - AxéNews

Ademir Barbosa Junior

Ademir Barbosa Júnior (Pai Dermes de Xangô) é dirigente da Tenda de Umbanda Caboclo Jiboia e Zé Pelintra das Almas (Piracicaba – SP), fundada em 23/4/2015. É Doutorando em Comunicação pela UNIP (Bolsa PROSUP/CAPES) e Mestre em Literatura Brasileira pela USP, onde se graduou em Letras. Pós-graduado em Ciências da Religião pelo Instituto Prominas, é professor e terapeuta holístico. [+ informações de Ademir Barbosa Junior]

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