Por: Jefferson Arouche
23/05/2024 | 09:17
Em 1450, os portugueses colocaram os pés em solo africano, logo depois do Tratado de Tordesilhas em 1494, onde a Igreja Católica fracionou o mundo sob seu interesse. Em 1482, a primeira fortaleza portuguesa foi erguida na antiga Guiné- a Rota do Ouro ou Malagueta-, e ganhou o nome de São Jorge de Mina, e logo ficou conhecida apenas como MINA, que guarda uma importância bem grande nas religiões de Matriz Africana no Brasil. Na África Central e Oriental, em 1575 o Reino do Kongo caiu e os demais reinados - Ngoyo e Loango-, perderam total autonomia política.
Essa menção histórica sobre a África Tradicional e a invasão que começou de maneira velada no continente pelos europeus, descreve como os espaços foram dominados pelo viés cultural e religioso. Os portugueses introduziram missionários católicos, que apresentaram uma nova língua, costumes e noção sobre demarcação territorial, preparando o “terreno” para o assalto de todos os bens dos nativos, inclusive a própria liberdade. Antes de 1492 - período que os portugueses passam a dominar Cabinda-, a realeza congolesa tentou negociar com a Igreja Católica, adotando costumes cristãos e dando um nome ao DEUS DOS BRANCOS, o chamado de NZAMBI, e o resultado foi a dominação total pelos brancos.
Chegamos ao Brasil do século XXI, um país miscigenado e sem conhecimento da própria identidade cultural, que adota costumes induzidos pelos colonizadores. Por aqui, boa parte dos praticantes de Matriz Africana, aplica ritos cristãos no Candomblé e Umbanda, chegando ao ponto de mencionar que são religiões monoteístas, desconsiderando o fato que cada Orixá é uma divindade. Outros, louvam o sincretismo religioso, uma ação desesperada dos negros escravos para manutenção do Direito Fundamental de ter a própria fé e cultura, cujo acontecimento não teve nada a ver com felicidade. Mas está tudo bem, pois temos umbandistas e candomblecistas que amam o extremismo de direita, sem perceber que a África de ontem pode ser o Brasil de amanhã.
Jefferson Arouche
Jefferson Arouche é graduado em Segurança Pública, Doutor H.C Febraica/OCB, Líder Cidades RenovaBR, e Coordenador Intra e Inter-religioso do Afro-Movimente. [+ informações de Jefferson Arouche]
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