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É no colo de Yemanjá que minhas lágrimas cessam

Por: Jeaney Calabria

02/01/2023 | 08:43


É no colo de Yemanjá que minhas lágrimas cessam.

Ela chora meu choro

E eu engulo as lágrimas de sal,

transformando-as em Força!


Sou parte do Mar.

Faço parte do Saber Ancestral!




Há mar em esperanças silenciosas

De outrora navegantes negros.

Há mar!


Sobrevivi aos tumbeiros.

E Yemanjá me ensinou como usar o espelho

Para que eu me transformasse num exército

Para sempre vencer, mesmo ante as predições de derrota!


Guardo o Oceano em minha memória.

Conheço as marés,

A curva das ondas,

Todas as Fases da Lua.

E quando estou minguando

É ela que me faz crescente!


Ah, mar...

Amar...

Há mar!


Ela recolhe conchas

E tece colchas de Luz para minhas sombras

E, em sorrisos,

Pontilha bordados de areia.


Meu Orí tem casa:

E eu permaneço como Navegante

dessa Senhora Nossa.


Igbá!

Conchas, búzios, cristais,

corais, areia branquinha,

que adornam ideias e sonhos!


Yemanjá contém Exu: está em tudo e em todos!

Yemanjá contém Ogum: guerreia para vencer!

Yemanjá contém Oxóssi: caça entre os Olodés!

Yemanjá contém Omolu: sabe curar em silêncio!

Yemanjá contém Xangô: Ìyámassè Málè!


Placenta do mundo...

Nossa primeira morada

Antes do túnel que nos apresenta às lutas no Ayê!


Ah, doce Mãe Yemanjá!

Íyà Omi!

Trança guirlandas de rosas brancas,

De algas,

palmas e um pouco de esperança

Para enfeitar a cabeça de cada criança!


Ah, doce Mãe Yemanjá!

Pelas águas de todos os oceanos

A humanidade se reconheceu...


Doce Mãe Yemanjá!

Mãe...

Me embala eternamente na cadência do teu (A)Mar!



Jeaney Calabria

Formada em Letras pela UERJ e Jornalismo pela UNISUAM, com especialização em Neurolinguística, atuei em unidades escolares públicas e privadas por mais de três décadas. Publiquei o livro Passando o mouse na etiqueta em 2010, com narrativas curtas voltadas para o público adolescente. O romance ditado por Exu Veludo - Capa de Veludo - foi lançado em 2012. Participei da revisão e elaboração do livro Candomblé em Família, do Babalorixá Jorge Jauanilê Caribé, lançado em 2013. Em 2018, publiquei o romance intuído por Pai Benedito de Angola, Uma nova chance, pela Editora Vida e Consciência, com a qual tenho contrato. Durante a pandemia, produzi mais de 150 poemas baseados nos itans dos Orixás, reunidos na coletânea Poemas e contos do povo de santo, pela Editora Metanoia. Como umbandista sou Dirigente da Casa de Acolhimento Benedito - Aldeia do Caboclo Pedra Roxa, situada em Nova Iguaçu, onde professo minha fé.


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